Pesquisadores da Ufes e do Campus Serra desenvolvem método de detecção rápida da Covid-19
A parceria é entre o Laboratório de Morfologia da Ufes e o Grupo de Pesquisa GAMA do Campus Serra.
A equipe composta pelos pesquisadores e Doutores Jairo Pinto de Oliveira (Ufes), Adilson Ribeiro Prado (Ifes), Daniel Cruz Cavalieri (Ifes); e o aluno Andrew Neto Simões (Ifes), trabalham na criação de um teste simples, confiável, rápido e de baixo custo para a detecção da COVID-19 em pessoas infectadas.
Além de poder ser aplicado imediatamente durante esta pandemia, o sistema proposto poderá ser útil em futuros eventos de reemergência no caso de novos mutantes virais, uma vez que o nanosensor proposto é bastante versátil, bastando alterar o ligante de reconhecimento viral. Trata-se de um trabalho ainda em andamento, cujo método já foi parcialmente desenvolvido para outro analito por este mesmo grupo de pesquisa (Ufes-Ifes), tendo sido destaque em uma das revistas científicas mais renomadas do grupo Nature (https://www.nature.com/articles/s41598-019-50424-5).
Os pesquisadores buscam desenvolver nanosensores capazes de interagir com os anticorpos gerados pelos pacientes com Covid-19. A leitura das informações será realizada via espalhamento Raman. Como se trata de um efeito não linear capaz de amplificar em alguns milhões de vezes o padrão espectral dos anticorpos, torna-se possível realizar a detecção em um meio contendo baixa concentração e com alta especificidade. O padrão espectral será supervisionado por uma ferramenta on-line (Lab Analytics) que foi desenvolvida para auxiliar o operador na tomada de decisão sobre a presença ou não do anticorpo que sinaliza a contaminação no paciente.
Trata-se de um teste sorológico que detecta os anticorpos IGG e IGM. Nos testes convencionais a detecção é a olho nu, como os de gravidez. No caso do COVID-19, o que mudam são as moléculas de reconhecimento. O grupo trabalha para simplificar o modelo tornando-o mais sensível, uma vez que o modelo estudado vai demandar menos anticorpos. O projeto é pautado no espalhamento Raman, que dá um tempo de resposta rápido, estimado entre três a quatro minutos. O material é coletado do paciente e depositado num substrato de vidro, em temperatura ambiente, levado ao espectrômetro. Isso torna o método, a um só tempo, mais sensível e mais barato.
Uma vez desenvolvido o novo modelo, será necessário encontrar parceiros comerciais dispostos a viabilizar a produção e comercialização do teste em larga escala, mas ainda não há previsão para a chegada do teste ao mercado.
Apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES), o projeto tem um prazo de execução de 12 meses e recebeu um aporte de R$ 117.000,00, que será investido na aquisição de materiais de consumo, um computador para avaliação dos resultados e bolsa de pesquisa para os alunos envolvidos. Esta proposta conta com o apoio da empresa Vale S/A que fomentou a compra do espectrômetro Raman via um projeto de pesquisa e desenvolvimento também desenvolvido no Campus Serra e do pesquisador Dr. Marcelo Segatto do Departamento de Engenharia Elétrica da Ufes.
Confira abaixo os vídeos com informações do projeto:
Proposta de projeto de pesquisa COVID-19
Apresentação dos Projetos de Pesquisa Científica e de Inovação para apoio ao combate do Coronavírus
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